Nesta quarta-feira (20), no primeiro Dia da Consciência Negra reconhecido como feriado nacional, a cantora IZA compartilhou reflexões profundas em suas redes sociais. A artista, que vive seu primeiro ano como mãe, destacou como a maternidade deu novos significados às lutas que já a acompanhavam.

A maternidade e o olhar para o futuro

IZA revelou como a chegada de sua filha, Nala, intensificou suas preocupações sobre o futuro. “A partir do momento em que me descobri mãe, algumas reflexões ganharam uma nova profundidade. Hoje, vivemos o primeiro Dia da Consciência Negra como feriado nacional, e também o meu primeiro com a Nala nos braços. O que antes já não era só sobre mim, agora tem ainda mais significado. É também sobre o mundo que ela vai encontrar”.

A cantora reforçou que, mesmo ocupando um lugar de privilégio, sente o peso das estruturas raciais e sociais. “Como mulher preta, essa preocupação muitas vezes me consome. É uma sensação que me atravessa. Reconhecer isso é parte do caminho. Sei que, pela posição que ocupo hoje, algumas dores podem não me alcançar diretamente. Mas mesmo com privilégios, a estrutura ainda pesa sobre nós”.

Um legado de força

IZA mencionou as mulheres de sua família e as mães pretas que encontra ao longo de sua trajetória, reconhecendo nelas uma força coletiva que inspira e acolhe. “Penso muito na força da minha mãe, que trilhou esse caminho antes de mim. Penso na minha vó, nas minhas tias. Penso nas mães pretas que encontro nos meus shows, cada uma carregando sua resistência, sua história e muita generosidade. O acolhimento entre nós é essencial. Olhar para essas mulheres me lembra que somos potência”.

Esperança para as próximas gerações

Ao falar sobre o futuro, IZA expressou seus desejos para a filha e para outras crianças negras. “Espero que minha filha cresça em um mundo onde o respeito à nossa existência não precise ser uma luta constante. Que ela possa ser livre pra criar, andar sem medo, ser quem ela quiser ser. Sonhos que são simples pra muitos, e que pra nós, desejo que sejam possíveis”.

Por fim, a artista deixou uma provocação sobre o legado que deseja construir. “No dia de hoje, mais uma vez, seguimos. Mas também nos questionamos: ‘além do mundo que vivemos, o que queremos construir para as próximas gerações?’”.

Na legenda, a cantora escreveu: “Eu começo respondendo: QUERO VER GENTE PRETA VIVENDO E SENDO FELIZ!”.