O ex-apresentador Sikêra Jr., conhecido pelo extinto programa Alerta Nacional, foi condenado à pena de dois anos de reclusão em regime aberto por falas homofóbicas feitas em 2021. Ele poderá cumprir a sentença com prestação de serviços comunitários e recolhimento domiciliar em períodos noturnos, caso opte por essa substituição penal. As informações são de Gabriel Perline, da Contigo!
Em junho de 2021, Sikêra Jr. realizou uma série de declarações ofensivas contra a comunidade LGBTQIAPN+ ao vivo. Durante o programa, chamou gays de “raça desgraçada” e afirmou sentir “nojo”. Ele ainda questionou: “Já pensou ter um filho viado e não poder matar?”.
Após esses episódios, o Ministério Público do Estado do Amazonas abriu inquérito para investigar o caso. A denúncia destacou que as declarações extrapolaram os limites da liberdade de opinião. De acordo com o STF, declarações homofóbicas são enquadradas como crime de preconceito.
O Ministério Público concluiu que “o acusado extrapolou o limite de opinião sobre o tema homossexualidade, verbalizando palavras de cunho injurioso”. O tribunal condenou Sikêra Jr. por crime previsto no art. 140, §3º, do Código Penal.
Sikêra Jr. tentou justificar suas declarações, afirmando que estava defendendo valores éticos e criticando uma campanha publicitária. Segundo ele, suas críticas “não constituíram injúria ou difamação”.
Sua defesa argumentou que houve distorções em suas falas e alegou perseguição digital pelo perfil Sleeping Giants, que teria incentivado boicotes ao apresentador. No entanto, o tribunal concluiu que os comentários violaram direitos garantidos à comunidade LGBTQIAPN+.
Além dessa condenação, Sikêra enfrenta outro processo movido pela modelo transexual Viviany Beleboni. Ela acusa o ex-apresentador de homofobia após ele usar sua imagem e fazer comentários discriminatórios. Em primeira instância, ele foi condenado a pagar R$ 30 mil por danos morais. O caso segue em análise no STF.